sexta-feira, 28 de maio de 2010

7 Pecados da redação

Saber fórmulas e entender cálculos não ajuda o vestibulando na hora fatídica: a de escrever a redação. Parte obrigatória dos vestibulares das três universidades estaduais paulistas, a redação é um desafio totalmente diferente do restante da prova.

“Ela é feita para avaliar uma competência que as outras questões não avaliam”, afirma o professor da USP e do cursinho Anglo Francisco Platão Savioli.

Fuvest, Unicamp e Unesp adotam critérios parecidos para avaliar os textos. As equipes de correção ficam atentas a itens como adequação ao tema proposto e ao gênero do texto, desenvolvimento argumentativo, coesão e expressão. “O candidato precisa trazer alguma informação para o texto, mostrar que tem conhecimento e defender aquilo que pensa”, diz a diretora-executiva da Fuvest, Maria Thereza Fraga Rocco, responsável, há cinco anos, pelos temas da redação no vestibular.

Este ano, um batalhão de 400 pessoas fará a correção da Fuvest. Dessas, 60 vão trabalhar só na redação. Cada texto passa por dois avaliadores, que não conhecem a correção um do outro. Caso as notas tenham discrepância grande, a redação seguirá para um terceiro. Se a última nota não ficar próxima de nenhuma das outras, a própria Maria Thereza assume a correção. “Nesses casos, vale a minha nota.”

Na Unicamp – único dos três vestibulares em que há a opção de escrever um texto que não seja uma dissertação –, cerca de 20% das redações têm de passar pelo terceiro corretor. “Elas podem ter até cinco releituras”, diz Maurício Kleinke, coordenador de Pesquisa da Comvest, órgão responsável pelo vestibular. Segundo ele, 2% das redações são anuladas. Na maioria dos casos, por fugir da proposta.

Para não ter a redação desclassificada, o candidato deve ficar atento aos aspectos formais. “A análise é técnica. É avaliada na correção a capacidade do candidato de se comunicar por escrito, de forma clara, sem tentar enganar a banca”, diz Paulo Del Bianco, coordenador da correção da Vunesp, que organiza o processo seletivo da Unesp.

Professor da universidade, Rogério Chociay publicou um livro em que analisa as dissertações de vestibulares antigos da Unesp. Ele apresenta, e comenta, bons e péssimos exemplos de textos. “Algumas redações eu chamo de ‘camicase’. São praticamente um voo para a morte, para a anulação. Tem gente que escreve poesia, faz até desenho.”

Letra
candidato não precisa ter letra bonita, mas deve garantir que o corretor consiga ler seu texto. “Uma letra garranchuda e ilegível revela incapacidade de comunicar uma mensagem”, afirma Rogério Chociay.
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Tamanho
A redação deve ter um tamanho adequado, em geral entre 22 e 30 linhas. Um texto muito curto revela a incapacidade do candidato de desenvolver o tema. Mas ele também não deve ser muito grande. Tamanho excessivo pode revelar dificuldade para concluir ideias. E nada de enganar os corretores com letra grande ou margens falsas, para dar a impressão de um texto mais longo.
Lúdicas'
’Nenhuma banca de vestibular leva em conta produções que não sejam textos.Mostra de ingenuidade ou ousadia, redações “lúdicas” são anuladas de imediato por fuga do gênero.
Fuga do tema
Nunca se deve fugir do tema proposto. “O vestibulando deve mostrar que apreendeu a questão em debate”, diz o professor Francisco Platão Savioli, da USP e do Anglo.
Fuga do gênero
Com exceção da Unicamp, em que a redação também pode ser uma carta ou narração, os grandes vestibulares pedem textos dissertativos. Não escreva textos que fujam ao que foi pedido, nem desenvolva ideias “criativas”, como feito aqui.
Sem argumentação
O corretor tem um sério motivo para desconsiderar um texto em que não há argumentação. “Na redação você tem que desenvolver um raciocínio, não pode ficar dizendo sempre a mesma coisa”, diz Maria Thereza Fraga Rocco, da Fuvest.
Poesia
“Não escreva nada além de prosa. Se você é um excelente poeta, ótimo. Mas não em dia de redação”, recomenda a professora de Português do Etapa Célia Passoni.
A boa
Rogério Chociay destaca em seu livro que boas redações apresentam coerência, uso da norma culta da língua, além de argumentos a favor de uma posição. “Não precisa ser original, mas dar uma proposta sustentável”, diz Francisco Platão.
Grupo: Laysa, Tayrine, Eduardo, Camilla & Joana e Felipe

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